As 7 donas da beleza
Como consumidores, gostamos de pensar que estamos tomando uma decisão consciente quando compramos de uma determinada marca, especialmente quando se trata de algo tão pessoal quanto os produtos de beleza.
Mas verifica-se que 182 empresas de beleza caem sob os enormes guarda-chuvas de sete grandes fabricantes mundiais.
Li este artigo na Business Insider e achei interessante traduzir e adicionar alguns pontos dessas empresas no mercado brasileiro, leia o artigo original aqui.
A Business Insider criou um infográfico que ilustra todas as principais marcas de beleza e as empresas-mãe que eles se enquadram.
Cada um destes sete conglomerados tem mais do que apenas as sub-marcas que estão listadas aqui, mas o infográfico optou por ficar com marcas que são responsáveis pelo cuidado da pele (para o corpo e rosto), cabelo, perfume e maquiagem . Não foram incluídas marcas que fabricam produtos como desodorante, creme dental, loção bronzeadora ou loção para bebês, mas contabilizavam as sub-marcas de marcas relevantes (ou seja, Pantene e Pantene Pro-V).
O que resta é um olhar para quem controla os produtos de beleza que estamos comprando, desde marcas muito populares como Monange a até linhas caras e luxuosas como La Mer.
E é alucinante ver como as marcas de consumo realmente são interconectadas.
A Estée Lauder Companies posui 24 marcas de produtos desta lista. Algumas de suas participações incluem a maquiagem e fragrâncias de marcas do mundo da moda como Donna Karan, Michael Kors, Tom Ford, Tommy Hilfiger e Tory Burch, cada um dos quais tem seus próprios cosméticos e/ou linhas de higiene pessoal.
Eles também têm algumas marcas bem conhecidas com fãs no mundo todo, como Aveda, Bobbi Brown, Clinique, La Mer e Cosméticos MAC.
Estée Lauder como um todo fez uma estimativa de US $ 11,3 bilhões em vendas de beleza em 2016, de acordo com a Beauty Packaging.
Ah já falamos que é possível comprar algumas dessas marcas por preços mais acessíveis, veja no post: Outlet dos Cosméticos!
A L’Oréal tem a maioria das marcas nesta lista com um total de 39 marcas de beleza, incluindo grandes marcas como Lancôme, Maybelline, Urban Decay, Garner, Essie e The Body Shop.
Eles também têm muito skincare e haircare marcas muito caras, incluindo Pureology, La Roche-Posay, e SkinCeuticals.
No Brasil, A L’Oreal possui além das marcas Elseve, L’Oreál Paris e marcas populares como Colorama e a Niely Cosméticos, líder no País na venda de produtos voltados para as classes C e D.
Em 2016, estima-se que eles fizeram US $ 27,6 bilhões em vendas anuais de beleza, de acordo com a Beauty Packaging.
A Unilever tem 38 sub-marcas de beleza listadas, e muitas delas são marcas populares disponíveis em drogarias e supermercados, no Brasil as marcas mais populares Dove, Lux, Seda, Axe, Vasenol e TRESemmé. Além de marcas de produtos alimentícios, de limpeza entre outros.
A Unilever também tem um bom número de marcas populares fora dos EUA, incluindo Fair & Lovely, um creme que é comercializado na Índia como uma loção de pele clareadora para as mulheres. Coisa muito valorizada pelas mulheres da região.
A Unilever fez uma estimativa de US $ 58,2 bilhões em vendas corporativas no ano passado, de acordo com a Beauty Packaging. US $ 22,3 foi de vendas de beleza.
No Brasil a Unilever, que comercializa Dove, TreSemmé e Seda, teve alta de 4,5%, a R$ 2,8 bilhões, nas vendas.
Lembrando que o grupo Kraft Heinz que conta com o bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann entre seus principais acionistas, e tem interesse em comprar a Unilever.
Procter & Gamble tem no total 9 marcas de beleza, com ênfase em grandes marcas, incluindo Head & Shoulders, Pantene, Aussie e Gillette.
A marca Aussie desembarcou no Brasil em meados de 2015. A linha Head & Shoulders adicionou versões para o tratamento das raízes, diversificando sua identidade para além do anticaspa. As linhas de hidratação tiveram impulso com as ampolas douradas de Pantene. Em março, a linha “três minutos milagrosos”, de Pantene, adicionou um condicionador de uso diário ao portfólio e em junho deve ter uma linha para cacheados.
Devido ao crescimento do nicho de cabelos cacheados, em junho/17 a linha Pantene três minutos milagrosos lançará para este mercado.
As vendas de xampus da P&G no Brasil cresceram 10% nos 12 meses até março de 2017, para R$ 1,3 bilhão.
A empresa fez um estimado de US $ 76 bilhões de vendas corporativas em 2016, de acordo com a Beauty Packaging, US $ 18 bilhões dos quais era para vendas de beleza. A corporação vendeu recentemente muitas de suas marcas de beleza para a Coty em 2016.
A Coty, desponta como um novo líder na indústria da beleza com 33 marcas. Depois de adquirir muitas marcas da Procter & Gamble, Coty agora possui vários produtos de grande nome, incluindo Wella, OPI, Bourjois, e está por trás de artigos de higiene pessoal de celebridades como Katy Perry, David Beckham e Beyoncé, entre outros.
De olho no terceiro maior mercado cosmético do mundo, a Coty adquiriu marcas ultra tradicionais e presentes no cotidiano de beleza brasileiro como Monange, Bozzano, Risqué e Biocolor.
A empresa possui uma forma de negócio bem agressiva,Em 2012, a empresa lançou uma proposta de US$ 10 bilhões pela americana Avon, a maior empresa de vendas diretas do mundo, com faturamento US$ 8,9 bilhões em 2014, e cujo maior mercado é o Brasil. Ouviu um “não”. No ano seguinte, ofereceu ao apresentador Silvio Santos meio bilhão de reais pela Jequiti e não seguiram com as negociações.
Em 2016, Coty fez um estimado de US $ 4,3 bilhões em vendas de beleza, de acordo com a Beauty Packaging. Após as aquisições de 2016, número aumentará dramaticamente.
Shiseido – em si uma marca de skincare bem conhecida – tem cerca de 30 outras marcas de beleza. Alguns desses também são marcas de maquiagem, conhecidas mundialmente incluindo bareMinerals, Nars, e Laura Mercier.
A grande maioria são marcas que podem não ser reconhecidas no ocidente, incluindo marcas japonesas como Majolica Majorca, Ettusais, Maquillage, e Aqua Label, que também afirma “clareiam” a pele.
A empresa japonesa fez uma estimativa de US $ 6,3 bilhões em vendas de beleza em 2016, de acordo com a Beauty Packaging.
E, finalmente, a última grande marca desta lista possui nove marcas de beleza, mas o que falta em quantidade de produtos que compensa no reconhecimento do nome.
Johnson e Johnson é uma empresa de guarda-chuva maior que inclui nove marcas de beleza, incluindo Aveeno, Neutrogena, Clean e Clear, e RoC, além de alguns outros.
A empresa teve baixa lucratividade em 2016 em skincare – US $ 7,1 bilhões, de acordo com a Beauty Packaging.
Mercado Brasil
Estas sete mega-empresas, empregam milhares de pessoas ao redor do mundo e fazem bilhões de dólares em receita a cada ano.
O Brasil apresenta um significativo crescimento no mercado de tratamentos e condicionadores, devido ao crescimento do mercado de cabelos cacheados. A segunda área de grande interesse é a de cuidados com a raiz. Enquanto os produtos para o tratamento da raiz estão bem disseminados na América Latina, ainda apresentam baixa penetração no Brasil.
As 7 grandes empresas também são responsáveis por controlar a publicidade e da forma como todos nós pensamos sobre a beleza todos os dias!
No Brasil grandes marcas como Natura mostram interesse em entrar no mercado mundial, prova disso é o interesse da Natura em adquirir da L’Oreál a marca The Body Shop. Além disso do ano passado para cá a marca de cosméticos nacional, que tem como base de negócios a venda por catálogo, abriu lojas em diversos shoppings de São Paulo.
Todos os produtos da marca são comercializados, sendo que a Natura escolheu shoppings de classe média alta de São Paulo para abertura deste novo canal de venda, aproximando-se assim de uma classe mais elitizada e que tem certo preconceito por produtos vendidos em catálogos. O e-commerce também já faz parte da realidade da empresa, além dos produtos da linha Soul que são comercializados em redes de farmácia.
Empresas como Natura e Boticário despertam muito interesses por essas grandes corporações, uma vez que elas movimentam valores gigantes no terceiro mercado de cosméticos do mundo, então nessa dança das cadeiras, muita coisa poderá mudar nos próximos anos, é só aguardar!
Pingback:O oligopólio da beleza no mundo! - Paulo Gala/ Economia & Finanças