Redefinindo a beleza japonesa: conheça Sumire, Tao Okamoto, Junko Suzuki e Yuri Nakagawa
Muita gente questiona se a aparência de asiáticas como Sumire Matsubara, a atriz que interpreta Sarayu no filme A Cabana, é possível sem uso de recursos como cirurgias plásticas e truques tecnológicos.
Filha dos artistas Junichi Ishida e Chiaki Matsubara, Sumire é 100% japonesa, mas se mudou para Honolulu, no Havaí, aos sete anos de idade depois do divórcio de seus pais, porque sua mãe queria protegê-la da imprensa e começar uma nova vida. Só mais velha, já atuando no programa na Carnegie Mellon University em Pittsburgh, Pensilvânia, Sumire retornou a Tóquio para começar sua carreira na indústria de entretenimento japonesa.
Ela apareceu em produções teatrais e na televisão em todo o Japão, além de comerciais e revistas. Teve participacões em produções norte-americanas como Hawaii Five-0, agora se consolida como uma figura conhecida com o papel de “Espírito Santo”, ao lado de Sam Worthington e de Octavia Spencer, em A Cabana.
Neste papel, além da cobrança por uma imagem mais típica japonesa, ela tem sofrido por ser “uma mulher” e “oriental” no papel de um símbolo cristão ocidental. Não é pouco!
(sim, sério, há preconceito em tudo, até no fato de uma japonesa ter 1,75m e o nariz ter jeito de ocidental)
Morei em Tóquio, onde a atriz nasceu, e eu estava por lá provavelmente quando ela dava seus primeiros passeios ao sol.
Morar na terra nos meus ancestrais mudou para sempre a percepção do que eu tinha em mente sobre a beleza oriental e sobre o padrão de beleza.
O primeiro foi porque confirmei que, ao contrário do que se diz no Brasil, “japa não é tudo igual“.
Os imigrantes que vieram para cá eram de regiões específicas (as mais pobres ou necessitadas na época) e por isso são parecidos. Mas lá há muito regionalismo e o formato geográfico do país reforçou as regiões. O Japão é um “cavalo marinho” ou um “dragão oriental”, ou seja, tem o território bem “esticado”, por isso as regiões são distantes e isso cria regionalismos e não incentiva o contato e misturas. Meus avós, por exemplo, são de províncias bem distantes e nunca teriam se casado se morassem lá.
E o padrão de beleza?
Viver num lugar onde as pessoas aceitam seu padrão – e é o mesmo do seu DNA – é libertador.
Meus dentes tortinhos, o tom da minha pele amarelada, o cabelo liso tendendo a oleoso, o jeito do corpo, tudo combinava comigo lá e eu não deixei de me surpreender todo dia nos dois anos de Japão com o fato de gente como eu estar nas revistas, outdoors e TV.
A gente precisa se ver, representatividade importa sim!
Quer ver outras japonesas do século XXI que mudam nossa opinião sobre o Japão?
Tao Okamoto
Atriz e modelo, Tao Okamoto é conhecida fora do Japão e do próprio oriente (especialmente porque ela representou a badalada marca Ralph Lauren em 2009-2010). Interpretando papéis ao lado de Hugh Jackman, o eterno “Wolverine”, Tao também deve sua fama às participações em outros filmes de super-heróis como “Batman vs Superman”.
Entretanto, fora das telonas, quem parece ter superpoderes é esta “It Girl” que consegue aliar o clássico rosto asiático de longos cabelos negros lisos à versatilidade quase impensada de fios curtos ao estilo “joãozinho” e ensaios sensuais com poucas peças.
Quem vê as madeixas milimetricamente coloridas de Junko Suzuki já imagina que ela pode representar tudo, menos uma coisa: ela não é apenas “moça comum que pintou os cabelos”.
Dona de um olhar marcante, com lentes ou sem lentes, o que faz de Suzuki uma das mais comentadas no mundo fashion é o seu gosto para conseguir unir looks que vão de cores neutras à combinação perfeita com o colorido de seus cabelos.
Neste vídeo (em janponês, com legendas em inglês) ela brinca consigo mesma: uma mulher de 30 anos com cabelos coloridos? Nesta idade achei que teria uma carreira normal!
Yuri Nakagawa
Alternando entre o kawaii e roupas mais uber fashion, Yuri Nakagawa parece encarar o termo ousadia como um verdadeiro estilo de vida nas redes sociais.
Nakagawa, com seus cabelos loiros curtinhos (quase platinados), destaca-se entre as “It Girls” por criar combinações inusitadas entre bonés, echarpes de pele sintética e unhas coloridas cheias de detalhes minúsculos.
Gosto das dicas dela, têm até desenhos!
Que tal? Mudei um pouco sua visão das japinhas?