Fale sem medo: não à violência doméstica
A violência doméstica é uma violação aos direitos humanos. Simples assim. Com ponto final.
Não há argumento que justifique atos violentos ou mesmo a omissão perante eles.
Se antigamente a máxima “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher” era regra, o mundo mudou e felizmente no século XXI há uma reação forte, firme e planetária contra isso.
No último final de semana de novembro, um tutorial de maquiagem chocou o mundo e reverberou tõa negativamente nas redes sociais do mundo que fez a TV que exibiu o programa pedir desculpas em sua fanpage.
O motivo é justo. No programa diário Sabahiyat, do Channel 2M, TV estatal do Marrocos, uma maquiadora foi convidada a ensinar a fazer maquiagem para cobrir marcas de violência doméstica.
“Esperamos que essas dicas de beleza sejam úteis para seguir com seu dia a dia”, disse a apresentadora do programa. A reação das marroquinas foi imediata. De acordo com o jornal britânico The Guardian, está circulando no país uma petição pedindo sanções contra a emissora e um pedido formal de desculpas. A TV retirou o vídeo de seu site, mas trechos continuam sendo compartilhados no Twitter.
Nós divulgamos o vídeo na nossa fanpage no final de semana e o assunto nos engasgou, além de nos levar a várias conversas e reflexões.
Eu lembrei do dia 25 de novembro, Dia de luta e conscientização contra a violência à mulher, e do 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, o último dos 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero. A data é uma oportunidade para comemorar os avanços e denunciar as violações aos direitos essenciais para todos e em todos os lugares. E a violência contra as mulheres constitui uma grave forma de violação dos direitos humanos.
Há alguns anos, tive a honra de estar entre convidados especiais num evento que o Instituto Avon fez para lançar aqui sua campanha Fale sem Medo. Na ocasião, acompanhei a apresentação dos dados levantados na pesquisa Instituto Avon / Ipsos intitulada Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil, que davam conta de que seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica. O estudo, que ouviu 1 800 brasileiros de todo o país, é foi o segundo de âmbito nacional realizado pelo Instituto Avon – o primeiro foi em 2009, em parceria com o Ibope – e o mais valioso pela qualidade do seu levantamento.
Quer saber como ainda faltam critérios para ajudar as vítimas de violência? Aquela pesquisa, em 2011, foi a a primeira 100% reservada, na qual as pessoas tinham liberdade de responder de forma privada!
Na ocasião, conheci a socióloga Fátima Jordão, conselheira do Instituto Patrícia Galvão, quanto a presidente mundial da Avon, Andrea Jung, que traziam os dados e, felizmente, uma sugestão de luta contra esta triste realidade silenciosa de muitas famílias. Jung lançava naquele dia uma campanha que pretendia auxiliar as vítimas de violência, colocando seu “exército” de vendedoras como um canal confiável para desabafar.
Sem tirar o valor de serviços como o número 180, uma alternativa de orientação da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), a Avon reforça o valor de contar com uma pessoa amiga para desabafar e ajudar.
A violência doméstica é uma epidemia global de efeitos devastadores, que provoca danos físicos, emocionais, financeiros e sociais em mulheres, crianças, famílias e comunidades em todo o mundo. Os direitos das mulheres são direitos humanos e a mulher tem o direito fundamental de viver sua vida livre de todas as formas de violência.
Você ou alguém que você conhece já sofreu agressões físicas, verbais ou sexuais do parceiro, namorado ou ex? E sente medo e vergonha de falar sobre isso? Você acha importante enfrentar o problema da violência contra as mulheres?
Então não feche os olhos para os sinais. Como diz a campanha, em inglês, #SeeTheSigns, veja os sinais e ajude.
#SeeTheSigns é uma campanha de mídia social, promovida mundialmente pela Avon com o objetivo de alertar para os sinais de violência doméstica. A campanha está sendo veiculada durante os 16 Dias de Ativismo, um movimento global de mobilização para enfrentar a violência contra as mulheres.
Veja a galeria de imagens do vídeo abaixo e compartilhe em suas redes sociais essas dicas sobre os principais sinais de violência doméstica, para que outros possam também identificar qualquer indício de abuso e violência contra a mulher.
Fale sem Medo– Não à Violência Doméstica. Se o assunto interessa, fica a dica de um evento interessante: